A "sangria" provocada pela Operação Lava Jato é destaque nos jornais europeus nesta terça-feira (24/05), um dia depois de o ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR), ter se licenciado do cargo.
O jornal britânico afirma que "as motivações dúbias e a
natureza maquiavélica da trama para retirar Dilma Rousseff do poder ficam
aparentes na transcrição da conversa" entre Jucá e Machado e que Temer
pouco fez para reduzir a tensão no país."Seu gabinete todo branco e
masculino foi duramente criticado por não representar o país, suas medidas de
austeridade são impopulares e seu líder já voltou atrás da decisão de tirar da
Cultura o status de ministério após protestos de artistas, músicos e
cineastas", escreve o correspondente Jonathan Watts.
A publicação destaca o temor de
que o novo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que já foi defensor de
Cunha, tente interferir nas investigações da Polícia Federal e que o governo
interino tente influenciar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como
sugerem os áudios da conversa.
O espanhol El
País ressalta que bastaram apenas 11 dias para o governo
interino de Temer sofrer sua primeira baixa. As gravações insinuam que a saída
de Dilma ajudaria a frear as investigações anticorrupção.
"Em suas palavras, vieram um mau presságio a respeito do
novo Executivo: que, apesar de o governo interino insistir num discurso de
renovação contra a corrupção estabelecida no Partido dos Trabalhadores (PT), o
que se pretende na realidade é minimizar o caso Petrobras, que afeta vários
partidos, incluindo o presidente Temer", escreve o jornal espanhol.
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